A Google prepara-se para a controlar toda a cadeia de valor do negócio dos ‘smartphones'. A compra, por 12,5 bilhões de dólares da Motorola Mobility, unidade de produção de ‘smartphones' e ‘tablets' a funcionar com o sistema operativo Android, vem reforçar a posição da marca face à Apple e à Microsoft.
A compra da divisao móvel da Motorola pelo Google possui, historicamente, o mesmo significado do anúncio da fusao da AOL com a Time Warner no início do ano 2000.
Tanto quanto a produçao física de bens e serviços, a geraçao de valor para acionistas de muitas empresas nos países mais globalizados já depende mais da sua capacidade de estabelecer conexoes em torno de uma marca que oferece o produto, o serviço e a capacidade das pessoas trocarem informaçoes (textos, números, fotos, músicas) com outros integrantes da mesma rede.
Steve Jobs foi o primeiro a perceber isso - o lançamento da "nuvem" da Apple é mais um lance desta costura entre os aparelhos da empresa, seus serviços e as pessoas que os compartilham. O movimento do Google é uma resposta ao sucesso da iniciativa, marcada simbolicamente pelo fato da Apple ter passado a ser a empresa com maior valor em bolsa do mercado americano, superando a Exxon.
Para quem, no ínicio dos anos 80, acompanhou a disputa entre IBM e Microsoft de um lado, e a Apple de outro,agora a Google com essa investida mostroosa, serão tempos interessantes.
"A compra da Motorola vai aumentar a concorrência ao fortalecer o portefólio de patentes da Google, o que nos permitirá proteger melhor o Android contra as ameaças anti-concorrenciais da Microsoft, da Apple e de outras empresas", escreveu ontem Larry Page, CEOe co-fundador da Google, no blog da empresa.
Larry Page, que tem procurado transformar a Google num fabricante de equipamentos, quer ‘smartphones', quer ‘tablets', para fazer concorrência à Apple e ganhar massa crítica no negócio das telecomunicações, passará a controlar mais 17.000 patentes com a compra da Motorola, expandindo o seu negócio de hardware.
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